A fisioterapia é uma área que evoluiu muito e vem se destacando cada vez mais nos últimos anos. A partir dela, se obteve um conhecimento fisiológico amplo e diferenciado, capaz de promover o tratamento de diversas patologias através de técnicas conservadoras e pouco invasivas – podendo até mesmo evitar cirurgias que eram comuns anteriormente.
Com a pandemia da Covid-19, o papel do fisioterapeuta se destacou ainda mais, e sua atuação se mostrou essencial principalmente no ambiente hospitalar – se tornando um profissional na linha de frente no combate à doença, no Brasil e em vários países no mundo.
Mas qual a urgência da presença desse profissional? Porque a procura pela Fisioterapia aumentou durante a pandemia? Existem vários fatores e diferentes respostas para essas perguntas, mas destacamos dois pontos principais.
Primeiro provém do fato de que a covid-19 trata-se de uma doença respiratória, com diferentes níveis de complexidade e na sua representação mais grave, necessita do uso de respiradores artificiais. E na maioria das UTIS brasileiras, quem faz a programação e os demais ajustes deste aparelho é o fisioterapeuta intensivista – por isso a necessidade desse profissional no ambiente hospitalar.
Além disso, o paciente que desenvolve o quadro grave da covid-19 sai da UTI com muitas complicações devido ao período de internação e à disfunção respiratória, física e psicológica causadas pela doença, necessitando do acompanhamento de diversos profissionais da saúde, mas principalmente do fisioterapeuta – que deve estar presente em toda a reabilitação após a alta.
O profissional da fisioterapia conta com um apanhado de técnicas envolvendo a Fisioterapia Respiratória e a Fisioterapia Motora, que previnem complicações pulmonares e reduzem as incidências e agravos relacionados à permanência na UTI:
O que são e como funcionam essas técnicas?
Fisioterapia Respiratória: É um conjunto de técnicas que podem ser preventivas ou curativas, e tem como objetivo mobilizar secreções, melhorar oxigenação do sangue, promover reexpansão pulmonar, diminuir o trabalho respiratório, reeducar a função respiratória e prevenir complicações – tudo isso por meio de exercícios e metodologias indicadas pelo profissional da área.
Fisioterapia Motora: Boa parte dos pacientes internados na UTI desenvolvem fraqueza muscular generalizada relacionada ao imobilismo. Assim, a fisioterapia motora tem como objetivo otimizar as funções motoras do paciente, evitando contraturas, deformidades, encurtamentos musculares, amenizando os desconfortos e as dores, e maximizando a força muscular e a independência para as atividades da vida diária.
Importante orientar os pacientes e familiares em relação a continuidade do tratamento, incluindo uma rotina de hábitos saudáveis e manutenção dos exercícios físicos regulares – acompanhados pelo profissional.
O segundo ponto é sobre as diversas mudanças que a pandemia trouxe no nosso comportamento, como as atividades em home office, a redução das atividades físicas e o aumento dos problemas posturais, que causam desconfortos, dores e uma série de outras consequências que afetam a nossa saúde como um todo.
Mas em contrapartida ao sedentarismo e má postura, houve também a questão da prática dos exercícios físicos em casa, que surgiu como alternativa para a população se manter em forma e evitar a imobilidade. No entanto, sem o acompanhamento direcionado de um profissional, os riscos são maiores e houve um aumento no número de lesões – assim como na procura no que se refere ao tratamento e prevenção dessas lesões.
Ou seja, a atuação do fisioterapeuta na pandemia não se limitou somente à ventilação mecânica e à reabilitação da síndrome pós Covid-19. A busca pelo profissional e o tratamento fisioterapêutico se tornou a melhor alternativa para a população que apresentou dores crônicas, lesões e tensões musculares. Atividades como osteopatia, Reeducação Postural Global e o Pilates, por exemplo, são especialidades da área com cada vez mais destaque e muitos benefícios a serem explorados.
Aumentar a imunidade, auxiliar na questão pulmonar através da respiração, ajudar os grupos de risco a se sentirem mais saudáveis e confiantes com o seu próprio corpo, preservando o bem estar e a qualidade de vida, são os maiores desafios e trabalhos a serem exercidos nos dias que virão.
E para concluir, destacamos que a fisioterapia é a área da saúde que abrange e contempla todas essas questões que circundam a pandemia. Sendo assim, a técnica está se voltando para uma série de atividades de alto e baixo impacto, que não sejam um risco para os pacientes e que possam ser exercidas tanto em casa, quanto no espaço dedicado ao tratamento – indo sempre de acordo com as necessidades e limitações de cada paciente.
Diante disso, estes profissionais têm se preparado e adaptado suas aulas e sessões de fisioterapia para um ambiente virtual, mas já construindo um espaço seguro para receber estes pacientes em horários individuais e com o mínimo contato possível. Prontos para desempenhar o papel fundamental e indispensável do fisioterapeuta na prevenção, combate e reabilitação da Covid-19 e suas inúmeras expressões no dia a dia dos pacientes.